Poema para não ler
pois que a cegueira o cobre
com a nudez a valer
e mesmo nu se desdobra
sobre o pulsar de uma sílaba
que se cansa a respirar
e tropeça numa vírgula
à beira de sufocar.
Poema cego que diz
pedra palavra pulmão
e se finca na raiz
que trespassa o coração.
Poema com sede e fome:
poema só: e sem nome.
© Domingos da Mota
Pequeno tratado das sombras, Busílis, Dezembro 2018
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